Uma década antes de meu nascimento… Liberação sexual, guerra do Vietnã, AI-5, maio de 68
1968… o ano que não terminou.
Nesse ano, Bethânia grava ao vivo “Recital na Boite Barroco”.
O álbum já chama atenção pela capa, um desenho de Luiz Jasmim…. seios a mostra, cabelos entrelaçados em insetos, frutas e cores, olhar penetrante, sensualidade.
Betânia, logo após a música de abertura em que repete “aqui é o fim do mundo, aqui é o fim do mundo, aqui é o fim do mundo”, anuncia: nesse show, estou cantando as músicas que gosto e da maneira que eu gosto.
Então nos presenteia com Pinxinguinha. Interpreta… “meu coração, não sei porque, bate feliz, quando te vê”.
Emendando em Jobim… “se todos fossem iguais a você, que maravilha viver”
E assim dá o tom do que se segue…
Canções que falam de amor, encontros, desencontros, paixões e desilusões. Canções de protesto.
Trilha sonora de uma vida inteira, recria Cayme… “Marina morena, Marina, você se pintou.”
Apresenta novas canções como uma música feita pra ela por Caetano…
“Você precisa saber de mim. Baby, baby, eu sei que é assim.”
Acompanhada por um piano dramático, faz uma interpretação belíssima de Tom e Vinicius… “porque já eras meu, sem eu saber sequer, porque és o meu homem e eu tua mulher”.
Músicas que mesmo gravadas muito antes de eu nascer, fariam parte de minha vida.
Mariana Pelizer
é psicóloga clínica, esquizoanalista, ecofeminista, esquizocorpo povoado pelo Cerrado e pela Amazônia.
@mari_peal @esquizocorpo